RESUMO
Compreende um exercício de interpretação do conto “A arte de andar nas ruas do Rio de Janeiro”, tomando como recurso dialético interpretativo o aparecimento do “cinema-templo”, no qual, nas palavras do escritor Rubem Fonseca: “Todas as manhãs, das oito as onze, todos os dias da semana, … é ocupado pela Igreja de Jesus Salvador das Almas. A partir das duas da tarde exibe filmes pornográficos”. Tomamos a alegoria literária do conto de Rubem Fonseca como emblema da experiência brasileira que concilia opostos, por meio de inversões e compensações que se desdobram no tecido social, tal como procuramos articular com as indicações do filósofo Bajonas Brito em seu livro Lógica do Disparate. E neste percurso, procuramos traçar paralelismos entre as reflexões do filósofo Walter Benjamin a respeito do tema da cidade moderna, e a experiência brasileira através do universo literário descrito no conto de Fonseca.
Palavras-Chave: Rubem Fonseca, Disparate, Benjamin, Cinema-templo