Resumo
Na problemática do corpo, o filósofo René Descartes a partir de suas investigações, sobretudo nas obras O tratado do Homem e As paixões da alma, pontua uma categoria que modernamente a neurociência irá fixar estudos, pormenorizando e identificando aquelas substâncias que atuam no corpo e que correspondem ao modo através do qual as sensações do corpo nos ocorrem e bem como podem atuar em nossos sentimentos ou afecções. Contudo, tais espíritos animais para Descartes consistem antes de tudo em uma matéria, que circula no próprio corpo, na medida em que tais espíritos correm através do sangue e recaem entre as concavidades do cérebro nos fazendo perceber, no caso especifico do corpo, o modo através do qual os estímulos são recebidos. Todavia, ao chamarmos estas substâncias do próprio corpo que correm o sangue e incidem em nosso cérebro, que Descartes chama de espíritos animais, não são uniformemente compreendidos, de modo que para cada estímulo externo um tipo diferente dentre os espíritos animais são impulsionados no corpo. Em nossa investigação pretendemos indicar que tais espíritos animais funcionam como uma espécie de mediação entre corpo e alma, de modo que compreendemos os movimentos dos espíritos animais no corpo como algo que possui não somente sua direção que vai do próprio corpo até a alma, alma que é compreendida como pensamento, bem como, compreendemos que os movimentos dos espíritos animais possuem também sua direção inversa, a saber, como tendo início no pensamento que por seu turno ativa o movimento de certos espíritos animais no corpo.
Palavras-chave: Descartes, Espíritos Animais, Fisiologia Cartesiana, Corpo, Alma
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*Artigo publicado no Ano de 2014. Livro de Artigos, Grupo de pesquisa PARTHOS, Coordenação: Claudia Murta, PPGFIL/UFES. PARTHOS: FILOSOFIA, PSICANÁLISE, SAÚDE DA MULHER (2014). Organização: Claudia Murta. Pág. inicial: 305/ Pág. final: 321.